quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Processo sobre uso indevido da Rádio Tabajara será julgado pelo TSE

Emissora teria feito para propaganda eleitoral antecipada em favor de Ricardo Coutinho

 Através de uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), o processo movido pelo PMDB da Paraíba contra a Rádio Tabajara por uso de dinheiro público e propaganda eleitoral antecipada do governador Ricardo Coutinho, será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão, assinada pelo presidente do TRE-PB, Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, foi publicado no Diário da Justiça na última segunda-feira (10). Trata-se da Representação nº 59-11.2013.6.15.0000, que tem como relator o Juiz Tercio Chaves de Moura.
O PMDB acusa a emissora de fazer propaganda eleitoral antecipada, beneficiando o governador Ricardo Coutinho (PSB), anunciando, de forma antecipada, a sua candidatura à reeleição e anunciando apoios à mesma.

Em seu despacho, o Presidente do TRE-PB determinou que o processo seja remetido ao TSE, “para fins de intimação do agravado para oferecimento de contrarrazoes ao Agravo de Instrumento, nos termos do art. 279, § 3º do Código Eleitoral, bem como para o Recurso Especial, por questões de economia processual”.

A Ação acusa o governador de utilizar o programa Fala Paraíba e uma cadeia de mais de 20 emissoras de rádio, pagas com dinheiro público, para fazer propaganda política de sua reeleição, citando entrevistas e comentários dos apresentadores do programa enaltecendo politicamente o governador e citando supostos apoios à reeleição.

Como a Rádio Tabajara é um órgão estatal, custeado com dinheiro público; e como as emissoras que fazem parte da rede – mais de 20 – são pagas com dinheiro público, o partido ingressou com a representação para conter o que considera crime por parte do gestor estadual. “Tal prática seria ilegal ainda que o veículo de comunicação fosse privado. Sendo público, patrocinado pelo contribuinte, a lesão adquire contornos bem mais solertes”, diz o advogado do PMDB, Luciano José Nóbrega Pires.

Duro parecer com pedido de punição - O Procurador Geral Eleitoral Duciran Van Marsen Farena pediu punição ao Governador Ricardo Coutinho em parecer que emitiu sobre a ação. Segundo ele a imprensa “não pode estar a serviço de grupos políticos, deixando que seu mister de informar submeta-se ao império da doutrinação político-partidária ou favorecimento eleitoral”.

Ao analisar as gravações do programa Fala Paraíba anexadas ao processo, o Procurador verificou “alusão ao aumento da força político-eleitoral que o provável candidato à reeleição vem adquirindo com a adesão de grupos políticos que se comprometeriam a apoiá-lo nas eleições de 2014”, de acordo com notícias e comentários do programa.

No parecer, Duciran Farena registra algo mais grave: a informação de que as supostas adesões à reeleição de Ricardo Coutinho estariam ocorrendo em troca de obras para as cidades governadas pelos prefeitos que anunciam o apoio político. “...inclusive se afirmando que tal apoio se adviria das obras, diga-se de passagem, públicas, atribuídas ao provável candidato à reeleição”.

Para o Procurador, os comentários dos radialistas, todos agentes públicos, pagos com dinheiro público, evidenciam que Ricardo Coutinho seria “o mais apto para o exercício do cargo de governador e que está criando musculatura eleitoral para concorrer à reeleição, angariando apoio de enumeradas lideranças, caracterizando a propaganda eleitoral antecipada”. Também respondem à Ação os deputados Tião Gomes e Lindolfo Pires.

Uso da máquina e conduta vedada - No Parecer, Duciran Farena deixa claro que houve “uso da máquina estatal para favorecer a futura candidatura do atual governador, constituindo-se em uso indevido de meios de comunicação e conduta vedada aos agentes públicos em campanha”.

O advogado do PMDB, Luciano Pires acredita em punição ao governador. “A posição adotada pelo Procurador Duciran Farena é de extrema relevância. Creio que o TSE haverá de aplicar punição ao governador e demais responsáveis, a fim de resguardar a igualdade entre os candidatos nas eleições e estancar as transgressões eleitorais que vem sendo cometidas por meio da tabajara com o dinheiro do povo.”
Da Redação (com assessoria)
WSCOM Online

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