segunda-feira, 11 de março de 2013

Cura da Aids está distante, diz cientista

Cura da Aids está distante, diz cientista
No dia 3 de março, uma equipe de virologistas americanos anunciou o primeiro caso de cura funcional da aids durante uma conferência em Atlanta, nos Estados Unidos. A repercussão da notícia foi tão grande que muitos acreditaram que a cura estaria próxima. Mas realidade pode ser bem diferente, segundo o médico e pesquisador americano Robert Charles Gallo, um dos descobridores do vírus HIV.  

A criança, de dois anos, que nasceu com o HIV transmitido pela mãe, recebeu três drogas utilizadas no tratamento da aids em adultos menos de 30 horas após seu nascimento. O bebê foi tratado com antirretrovirais até os 18 meses de idade, quando o tratamento foi suspenso. Dez meses depois, a presença do HIV não era mais detectada nos exames de sangue. Enquanto os franceses Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi, do Instituto Pasteur, da França, teriam sido os primeiros a isolar o HIV, Gallo foi quem relacionou o vírus como causa da aids. Ele e sua equipe também foram pioneiros no desenvolvimento do teste de HIV.

De acordo com o cientista americano, diretor do Instituto de Virologia Humana (Institute of Human Virology - IHV), da Universidade de Maryland, a "cura funcional" da aids em um bebê de dois anos não representa, de forma alguma, um avanço para outros casos, como em adultos. "Não tem qualquer efeito sobre a infecção de ninguém, exceto crianças", relata. O médico também rebate as informações de que o bebê não teria mais a presença do vírus. "Infelizmente, essa conclusão não pode ser feita até o exame post mortem (depois da morte), que explora os tecidos da pessoa na busca de sequências virais", argumenta. Por outro lado, Gallo vem trabalhando em uma vacina preventiva contra a aids, que deve entrar em testes clínicos em 2014. Embora destaque os avanços que teve em suas pesquisas, o cientista admite que ainda há um longo caminho a ser percorrido.  


Terra

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